Pensei em escrever ficção premeditada, mas tenho o pressentimento de que falharia. Então escrevo assim mesmo, com meu pulsar involuntário.
A vida é algo que se toca com os lábios. Em harmonia. Então se beija.
Mas me foge às vezes esta posse e passo a persegui-la desesperadamente. É a busca por sentido.
Li em algum lugar que se você entra em uma sala e não sabe exatamente o porquê, é sinal de que está vivendo como um cachorro.
Mas o cachorro sabe o que quer: nada. Eu, por pertencer a uma divisão mais nobre do reino animal, devo ter mais controle, usufruir do saber e progredir.
Vejo centenas de homens latindo. Outros trabalham exaustivamente a troco de alguma invenção que está por vir.
Homens que escrevem, que amam, que possuem.
Acordei um dia e a vida parecia estar lá longe. E quando eu chegava ao ponto de encontro, como numa espécie de mágica, ela se deslocava para outro lugar. Então um dia me veio uma luz:
- A vida não me entende porque não falo inglês.
Então passei a estudar e a praticar com o espelho todos os dias para ficar mais forte diante da busca.
Mas não veio a mim. Então percebi que a vida não gostava das minhas velhas opiniões. Passei a ler mais, a assistir mais e a escrever mais. Só que exagerei. Se não encontrava a vida, passei então a não entendê-la.
Precisava de faculdade então. Passar por esta metamorfose e sair fortificado, com a mente e o coração abertos.
Então a vida passou a ficar arrogante. Não tinha mais tempo, queria hora marcada.
Para formalizar compromissos, decidi ter um emprego.
De nada adiantou, a vida ficou esquecida.
Um dia, com aquela loucura, criança chorando, telefone tocando, conta vencendo e eu morrendo, tive um ataque.
A vida estava dentro de mim. E quem se lembrava?
E em que momento ela voltou a me habitar?
Acho que sempre.
A vida me persegue por todos os momentos e eu insito em adiá-los. Depois dizem que é ela que anda corrida.
A vida é algo que se toca com os lábios. Em harmonia. Então se beija.
Mas me foge às vezes esta posse e passo a persegui-la desesperadamente. É a busca por sentido.
Li em algum lugar que se você entra em uma sala e não sabe exatamente o porquê, é sinal de que está vivendo como um cachorro.
Mas o cachorro sabe o que quer: nada. Eu, por pertencer a uma divisão mais nobre do reino animal, devo ter mais controle, usufruir do saber e progredir.
Vejo centenas de homens latindo. Outros trabalham exaustivamente a troco de alguma invenção que está por vir.
Homens que escrevem, que amam, que possuem.
Acordei um dia e a vida parecia estar lá longe. E quando eu chegava ao ponto de encontro, como numa espécie de mágica, ela se deslocava para outro lugar. Então um dia me veio uma luz:
- A vida não me entende porque não falo inglês.
Então passei a estudar e a praticar com o espelho todos os dias para ficar mais forte diante da busca.
Mas não veio a mim. Então percebi que a vida não gostava das minhas velhas opiniões. Passei a ler mais, a assistir mais e a escrever mais. Só que exagerei. Se não encontrava a vida, passei então a não entendê-la.
Precisava de faculdade então. Passar por esta metamorfose e sair fortificado, com a mente e o coração abertos.
Então a vida passou a ficar arrogante. Não tinha mais tempo, queria hora marcada.
Para formalizar compromissos, decidi ter um emprego.
De nada adiantou, a vida ficou esquecida.
Um dia, com aquela loucura, criança chorando, telefone tocando, conta vencendo e eu morrendo, tive um ataque.
A vida estava dentro de mim. E quem se lembrava?
E em que momento ela voltou a me habitar?
Acho que sempre.
A vida me persegue por todos os momentos e eu insito em adiá-los. Depois dizem que é ela que anda corrida.