sábado, 23 de maio de 2009

Sombras na Parede - Capítulo 4 ou Penúltimo

- Helô e Rafael -

Os irmão mantinham uma relação de afeto muito grande e discutiam incansavelmente ao mesmo tempo. Era estranho aos olhos da mãe. Ainda se eles tivessem assunto em comum para tanta discussão... mas não havia. Quando a existência dos dois era um segredo, eles se amavam intensamente. Era algo que não lhes era permitido:

- E se alguém descobrir?

Na casa de campo, se escondiam por entre os arbustos com cheiro de vida, deitavam cobertos pela sombra caridosa de uma árvore inocente e se amavam. Os encontros tornavam-se então inevitáveis, imunes à fuga. Corriam riscos, sentiam medo, se entregavam. As relações paralelas eram apenas diversão, logo, necessárias. Eram seguras, podiam ser flagradas. Havia o ciúme, duplo. Fraterno e amante. E hoje, a mãe de Rafa e Helô os deixou a sós. Foi a um jantar na casa de uma amiga. Os irmãos estão deitados na cama de casal forrada com estampa de anjos e conversam sobre coisas tolas. Sem saber que a mãe se esqueceu do vinho que havia prometido para o jantar e está voltando para buscá-lo, eles respiram indiscretamente o suposto amor imoral.

- Você gosta mesmo daquela menina?
- Não.

Helô só perguntava aquilo que já sabia a resposta.
Não havia mais espaço para perguntas, os corpos ansiavam por um encontro íntimo. No êxtase do momento, eles mal podem ouvir os passos da mãe subindo a escada. Atraída pelos gemidos vindos do seu quarto, a mãe se aproxima da verdade que irá destruir a sua família. Após três passos, ela terá o coração condenado a ser infeliz.

Um.
Dois.
Três.

Os gritos da mãe não puderam ser ouvidos por Rafael. Tudo o que ele via parecia ser monocromático. Cinema mudo. Era sintoma de desespero. Viu a mãe agarrar os cabelos da filha, enchendo-a de tapas e arranhões. Fração de segundo depois, se viu no meio de tudo isso. Estava sendo arranhado no rosto, mas não sentia. Doía demais por dentro. Os três gritavam. Não conseguiam formar palavras. Tudo havia sido descoberto. O pecado indecifrável estava aos pés da cama, recoberto de lágrimas e gotas de sangue. Crime exposto. Humilhação. As forças acabaram. A luta corporal também. Impossível parar de chorar. Estão completamente arruinados. Não resta mais nada a fazer. Estão amontoados. Três almas violentamente condenadas projetam na parede a sombra de um abraço recoberto de afeto e perdão. Helô sem querer derruba o abajur, a luz se apaga e o abraço projetado se desfaz.

6 comentários:

SUSANA disse...

Um incesto!!! Que escândalo!!!

Juliet disse...

Oiah amei!
me lembrou amantes do circulo polar!
bjukas thi!

Ana Aitak disse...

Saudades...

thumais disse...

vejamos...
chocante, excitente..
um sucesso, adorei essa parte..
melhor q a outra da gorda velha com a aluna, foi bem nojento, prefiro o incesto hauahua

Luiza da Rocha Guerra disse...

Deixei uma coisa pra vc la no meu blog. Depois da uma olhada!

Volto pra ler depois.

Beijao!

Magnólia Ramos disse...

Carambaaa!

Confesso que ainda torci que ela ñ terminasse de subir as escadas...

Que massa!

Amei!