A sensação de estar pisando no inferno o fez perceber que havia perdido um dos sapatos. O pé descoberto o fez lembrar dos beijos sinceros que havia recebido há pouco tempo. Por todo o corpo. Sentiu medo por estar sozinho, mas não podia voltar. O sol morto o deixava confuso. Que horas eram afinal? Estava fugindo porque não sabia o que fazer. Ninguém sabia que ele estava no carro. Se ficasse escondido por um tempo, até que tudo fosse esquecido pelos jornais, poderia voltar para casa e apenas dizer que se atrasou para o jantar. No entanto, pensou que a ausência deixaria o pai preocupado demais a ponto de transformar em perigo aquilo que, de fato, já era. Não sabia exatamente onde estava mas era pra casa que estava sendo levado quando o acidente aconteceu. E pensou que acidente era uma hipótese que acabara de criar, porque não se lembrava dos minutos anteriores à colisão. Ao mesmo tempo em que esperava um indício verdadeiro de luz, tentava não se distanciar da estrada. Mas não se revelava porque poderiam associá-lo com o suposto acidente. As roupas rasgadas e a dificuldade em andar mostravam que ele não estava voltando direto da festa.
- Você é casado?
- Eu moro com o meu pai.
- Eu me enganei. Eu sinto cheiro de homem casado e fico louca. Fiquei louca por você e agora não sei mais por que.
- Eu tenho namorada. Devo ter confundido o seu faro.
Ela pareceu completamente indiferente a isso.
- A gente vai ficar aqui a noite inteira?
Ele havia respondido alguma coisa, mas ela não fez questão de ouvir. Segurou nas mãos dele e então foram guiados até a saída.
Ela tinha um carro bacana.
- Nós vamos para algum lugar?
- Vamos fazer tudo no carro.
Fizeram.
O sol morto, na verdade, era apenas o sol jovem do dia. Começava a amanhecer e ele pôde se guiar melhor pela estrada. Faltava muito para chegar em casa. Então lembrou que havia escolhido aquela festa simplesmente porque ela era bem longe de tudo que pudesse acusá-lo de trair a namorada. Queria apenas evitar uma dor de cabeça e agora estava sentindo dores por todo o corpo. Precisava primeiro ter certeza da sua inocência. Depois pensaria no resto.
- Você é casado?
- Eu moro com o meu pai.
- Eu me enganei. Eu sinto cheiro de homem casado e fico louca. Fiquei louca por você e agora não sei mais por que.
- Eu tenho namorada. Devo ter confundido o seu faro.
Ela pareceu completamente indiferente a isso.
- A gente vai ficar aqui a noite inteira?
Ele havia respondido alguma coisa, mas ela não fez questão de ouvir. Segurou nas mãos dele e então foram guiados até a saída.
Ela tinha um carro bacana.
- Nós vamos para algum lugar?
- Vamos fazer tudo no carro.
Fizeram.
O sol morto, na verdade, era apenas o sol jovem do dia. Começava a amanhecer e ele pôde se guiar melhor pela estrada. Faltava muito para chegar em casa. Então lembrou que havia escolhido aquela festa simplesmente porque ela era bem longe de tudo que pudesse acusá-lo de trair a namorada. Queria apenas evitar uma dor de cabeça e agora estava sentindo dores por todo o corpo. Precisava primeiro ter certeza da sua inocência. Depois pensaria no resto.
2 comentários:
"Precisava primeiro ter certeza da sua inocência. Depois pensaria no resto." Adorei!!!
=D
intrigante
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