O Sol real está abaixo do horizonte quando temos a impressão de que ele está alinhado com o mesmo, devido à refração atmosférica. Ou seja, quando vemos o Sol se pondo, ele na realidade já se pôs*.
Nascer, por si só, é uma grande aposta. Não sabemos nem onde, nem quando e muito menos de que forma vamos morrer. Mas essa é uma das menores dúvidas da vida. Não sabemos se vamos casar, ter filhos ou se vamos saber nadar.
Eu acho que sei nadar, mas nunca fui na parte funda. Imagina a surpresa?
A gente diz que viver é uma grande aventura, mas também é uma grande fuga de riscos. Normalmente por uma causa nobre: a gente quer viver mais, a gente quer viver melhor. Mas eu ainda acho que existe um limite situado entre não querer morrer e não desejar viver para sempre.
Estranho, porque parece horrível dizer que você quer morrer quando estiver exausto de tudo isso. Parece traição. E existe o medo também. Medo de morrer mal: temor de quem está acostumado a viver bem. De ver que o seu dinheiro, a sua saúde e a sua vontade já não são suficientes. Já não podem evitar. E a morte é honesta e livre de preconceitos. Carrega qualquer um. Uma dose apenas, mas há controvérsias. Eu particularmente quero morrer uma vez só e sem avisos.
Mas e seu eu morresse agora?
Bom, primeiro: esse texto pararia por aqui. Vamos aguardar.
Olá, não morri. Não comemorem ainda.
Se eu morresse agora eu sentiria muita pena. Tem muita gente pra eu dizer que amo e outras tantas pra eu dizer que elas não me fazem a menor falta - aqueles que pensaram em comemorar. Tem os lugares dos quais sinto saudade e os que eu não conheci. As sensações também. Tem muita coisa que não senti ainda. Mas apesar de tudo, eu perdoaria o destino.
Porém, se eu morrer ano que vem ou daqui 92 anos, atingindo os mesmos 114 anos da pessoa mais velha do mundo, eu sentiria falta das mesmas coisas - com pequenas modificações é claro, mas nada que altere o contexto.
Acho que não quero viver para sempre, mas eu quero ser completo. Quero desvendar a refração e saber o tempo exato - inclusive aquele para sair de cena. Mas que a ilusão continue, para que o meu sol ainda brilhe mais um pouquinho para aqueles que gostam de observá-lo.
Nascer, por si só, é uma grande aposta. Não sabemos nem onde, nem quando e muito menos de que forma vamos morrer. Mas essa é uma das menores dúvidas da vida. Não sabemos se vamos casar, ter filhos ou se vamos saber nadar.
Eu acho que sei nadar, mas nunca fui na parte funda. Imagina a surpresa?
A gente diz que viver é uma grande aventura, mas também é uma grande fuga de riscos. Normalmente por uma causa nobre: a gente quer viver mais, a gente quer viver melhor. Mas eu ainda acho que existe um limite situado entre não querer morrer e não desejar viver para sempre.
Estranho, porque parece horrível dizer que você quer morrer quando estiver exausto de tudo isso. Parece traição. E existe o medo também. Medo de morrer mal: temor de quem está acostumado a viver bem. De ver que o seu dinheiro, a sua saúde e a sua vontade já não são suficientes. Já não podem evitar. E a morte é honesta e livre de preconceitos. Carrega qualquer um. Uma dose apenas, mas há controvérsias. Eu particularmente quero morrer uma vez só e sem avisos.
Mas e seu eu morresse agora?
Bom, primeiro: esse texto pararia por aqui. Vamos aguardar.
Olá, não morri. Não comemorem ainda.
Se eu morresse agora eu sentiria muita pena. Tem muita gente pra eu dizer que amo e outras tantas pra eu dizer que elas não me fazem a menor falta - aqueles que pensaram em comemorar. Tem os lugares dos quais sinto saudade e os que eu não conheci. As sensações também. Tem muita coisa que não senti ainda. Mas apesar de tudo, eu perdoaria o destino.
Porém, se eu morrer ano que vem ou daqui 92 anos, atingindo os mesmos 114 anos da pessoa mais velha do mundo, eu sentiria falta das mesmas coisas - com pequenas modificações é claro, mas nada que altere o contexto.
Acho que não quero viver para sempre, mas eu quero ser completo. Quero desvendar a refração e saber o tempo exato - inclusive aquele para sair de cena. Mas que a ilusão continue, para que o meu sol ainda brilhe mais um pouquinho para aqueles que gostam de observá-lo.
2 comentários:
A morte é nossa única certeza. A vida é uma eterna dúvida. Inventamos o medo de morrer, mas é a vida o que mais nos assusta.
Oxalá! Que brilhe muito ainda. vim aqui de novo pegar um pouco dessa luz, dessa claridade que você derrama sobre quem te lê, sobre nossos sentimentos, tão diferentes e tão semelhantes. Essa poesia poente e sua.
Saudades dos teus raios verbais...
bjus
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