Estava no ponto de apoio de uma empresa de ônibus, que é uma parada específica para a limpeza e troca de motorista - quem faz viagens longas sabe do que eu estou falando - e todo esse processo demora demais, cerca de 50 minutos. E esse ponto é basicamente uma minirrodoviária, com algumas plataformas, sanitários, lanchonete e bancos para poucos. E é aí que eu quero chegar.
Assim que desembarquei fui logo sentando num dos bancos extensos que contornavam as plataformas, parecido com aqueles de igreja. E fiquei lá um tempo, meio desarcordado, esperando que viesse ao menos uma vontade ir ao banheiro.
E veio.
Só que quando eu voltei, no lugar em que eu estivera sentado, havia duas senhoras. Então não sei ao certo o que me deu, se foi ganância, posse ou loucura, eu simplesmente cheguei em frente as duas e bati minha mão no ombro de uma delas, numa espécie de chega-pra-lá e disse:
- Abre um espaço aí que eu quero sentar, fazendo um favor.
Uma delas deu uma afastadinha e uma terceira mulher, que nada tinha com a história, também.
E ficamos sentados ali, todos apertadinhos.
E naquele espaço limitado eu comecei a pensar que, meu Deus, como às vezes a gente não é a gente.
Porque se eu fosse eu naquele momento, eu teria ficado de pé. Ou procurado outro lugar para sentar, até porque o local não estava tão cheio assim.
Mas no fundo também achei ruim o fato de uma das mulheres não ter nem se movido. O banco não era dela e, como vocês já podem sentir, ele era meu.
3 comentários:
É, às vezes a gente faz, depois pensa.
Esses dias quase joguei uma pedra no vidro de uma onibus de viagem...pq ele parou na faixa onde eu estava querndo atravessar...e eu na minha insignificancia tive q ceder lugar para o onibus.
Tem situações que não há como ser sempre educado, atencioso etc... Ás vzs o cansaço. o stress, e a impaciência nos tiram do controle, e acabamos agindo como se não fossem nós mesmo, todavia é normal, coisas que todos nós passamos ;)
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