Abriu o livro e varreu as palavras com os olhos, mas não leu. Queria raptar os pensamentos dele, torná-los públicos, nus, identificáveis. Ela queria voltar o tempo e ter dito 'sim' para tudo. Queria um altar com fotos dele, com os presentes que não foram entregues, com manuscritos, com lágrimas. A adoração era pouco e não era pecado. O certo e o errado se camuflavam quando o objetivo era detê-lo. Queria fazer as pazes e construir aeronaves para transportá-lo até a infinitude dos seus desejos e deixá-lo lá, longe do olhar das outras. Queria que Nando Reis fizesse uma canção que falasse da saudade dela, que lembrasse dele, que ele não esquecesse, que tocasse para sempre. E era só sentar um segundinho pra lembrar dele e de tudo o que ela queria que ele tivesse feito. Esses malditos sonhos pela metade, a metade dela era verdade. O amor sem frequência fazia com que ela o amasse demais. Ele gostava dela, mas não do mesmo tanto. Isso era óbvio e desconsertante. E ela tinha aquela sensação de que não havia outro igual a ele, que ele era a primeira e única chance. Não sabia o que fazer para que ele ligasse pra ela. Ele escorria pelas mãos. Ela olhava pro céu e pedia pro coração se abrir para que outro entrasse e ele saísse. E não iria mais tocá-lo com seus beijos improváveis. Não haveria mais o rosto dele em suas fotos. E a paz que sentia com ele também se findaria. Viver era uma guerra. Soldado era ela. Esquecer era sua missão. Ter uma Guerra Mundial dentro de você é sinônimo de paixão. Toda paixão tem seu fim... e toda guerra tem seus mortos e feridos.
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora e vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação
Não tem explicação
Não tem, não tem
3 comentários:
Que texto lindo=)
nando reis me encanta...
adorei o texto=)
Você acaba de escrever sobre mim!!!
Oi!
Um texto belo, gostoso de se ler,ora, ora, ora,um escritor no blogsesfera,se sua "solidão", faz com que escreva textos assim:
Um brinde a solidão!
Um ótimo fim de semana.
Postar um comentário