sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Balanço de 2011

O melhor filme que vi este ano: Cisne Negro.
A música que mais ouvi: Piano in the dark, Brenda Russel.
O livro que mais me marcou: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, Clarice Lispector.
Um lugar: Fnac, de Campinas.
Atividade de lazer: ir ao cinema.
O melhor feriado: a Páscoa.

2011 foi um recomeço. Mudei de cidade, de atividade, mas não mudei de sexo, o que ameniza um pouco toda essa loucura. Foi um ano de muitas perdas - sim, estamos ao vivo admitindo que há (também) motivos para não comemorar - e de algumas vitórias tímidas (ok, rendo-me ao clichê de mensagem positiva de fim de ano). Foi ano de fazer ioga e francês. E também o mestrado. Ano para rever todo mundo, de novo, mais uma vez. Ano em que me amei muito. E fui retribuído.

Ano em que tive uma revelação forte, que mudou a minha vida.
Um ano em que começou uma saudade que jamais terá fim.
Uma saudade de você, batchan e, por consequência, uma saudade de mim.
2011 foi o ano em que me disseram: Persevere!
E foi o que eu fiz.

2011 foi um ano que veio para acrescentar e muito na minha história. Honestamente, sem aquela sensibilidade de fim de ano que faz com que ele fique mais importante do que foi de verdade. Estou aprendendendo a liderar a minha vida e a dosar os meus receios - no sentido de que eles devem existir, mas nos momentos certos. Aprendendo a ter segurança e sabedoria. Aprendendo a transmitir isso. Aprendendo que eu sempre posso amar mais do que penso que sou capaz. E se é amor o que eu quero sentir, então que seja amor o que eu sinto. E que esse ato permaneça, ainda que eu sinta saudade ou dor. Estou aprendendo a ser mestre.

E finalmente reconheço que eu sou um máximo. Porque não posso ser nada diferente daquilo que Deus me prometeu. Já disse isso, mas repito: sou uma sequência aleatória e infinita de prós e contras que, no final das contas, apresenta um saldo positivo. É uma matemática que não se aplica a muitas pessoas, que sempre buscam roubar dos outros a felicidade que lhes falta.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Aos trancos e barrancos, chegamos no Natal

Bom, faz tempo que tento escrever esse texto. Eu preciso pedir perdão pra moça do ônibus, coisa muito grave. Não posso deixar que o meu preconceito seja maior que o meu amor pelo próximo. Não posso ser injusto e perder a dignidade. 

O fato é que uma moça carente sentou-se ao meu lado nessa última viagem, devia ter 15 anos, e tinha um filho. Eu confesso que pensei muitas coisas. E fiz julgamentos ruins. Viajamos por 4 horas juntos. Quero então que neste Natal ela tenha a sua vida iluminada e possa ser feliz para sempre. O seu bebê era tão lindo! E guardo em meu coração a sua humildade e fascínio por tudo que via. 

Na verdade, a moça e o bebê viajavam com mais pessoas - não sei se eram familiares ou amigos da igreja - e eu acabei trocando de lugar com uma de suas amigas, um pouco mais jovem, para que elas fossem juntas. E elas aproveitaram muito a viagem, comeram salgadinhos, bolachas, tomaram suco e - digo por instinto - era algo que elas só faziam em situações especiais. Elas conversavam alto, jogavam lixo no chão... enfim, a postura deixou a desejar. Ouvi música altíssima com meus fones para não escutá-las. Só que em um certo momento a bateria do meu celular acabou e então não teve jeito: passei a ouvir o que elas falavam. 

Eram diálogos infantis, nada muito relevante. E num determinado momento, a menina mais nova comentou que uma outra pessoa que viajava com eles tinha 7 reais para gastar durante a viagem e que na volta ganharia mais 4.  Eles eram pessoas muito simples e naquele momento eu não soube lidar, emocionalmente, com aquilo. Não me senti solidário, fiquei foi é com raiva por ter que ouvir aquela conversa toda e ver o piso tão sujo. 

Depois que eu desembarquei e o cansaço passou (afinal, são 23 horas de estrada) eu me senti tão triste e arrependido. Arrependido por mal responder as perguntas da moça, que foi muito simpática comigo e por ser preconceituoso devido a sua condição social. Não fui uma boa pessoa. Na verdade, eu mal posso fazer julgamentos - sou todo errado e diferente. Então neste Natal eu desejo amar ao próximo como eu me amo. Afinal, isso já foi determinado há muito, muito tempo. 

Feliz Natal!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Uma meta

Eu não vou mais me perder nas minhas mentiras.
Eu tentei ser tão fiel a coisas que eu não acredito e já nem sei mais o que realmente quero.
Serei confiante!
E vou apenas vencer.
Porque não imagino nada diferente disso.
Amanhã termino as disciplinas do mestrado. Depois é um ano de pesquisa e escrita.
Estou muito feliz!
A minha professora, na nossa confraternização adiantada de fim de ano, disse que se orgulha não só do grupo, mas de cada um de nós.
Individualmente, por saber que cada um teve a sua dificuldade.
Achei isso muito especial.
E por incrível que pareça, essa experiência tem sido mais árdua do que eu pensava.
Emocionalmente.
Por eu duvidar se é isso que eu quero, se estou fazendo algo bem feito.
Por ter apostado alto.
Mas isso faz parte de qualquer pacote.
O que eu acho mais engraçado na minha vida é que ela tem uma monotonia e um dinamismo que ficam brigando pra ver quem me mata primeiro.
Estou na mesma atividade há 6 anos, só que é tudo diferente e eu também mudei. As disciplinas acabam e voltam e eu sempre ansioso
e contente
e exigente
e relaxado.
É um prazer mortal.
Viver é morrer um pouco a cada dia
e ressuscitar
e insistir
e abrir mão
e no dia que o balanço não fechar,
é só selar o caixão.
Preciso viajar e andar de bicicleta.