domingo, 27 de novembro de 2011

Episódio 23

Bom, não sei ao certo como escrever este texto, que tanto me chama e me manda embora. Foi uma reflexão muito boa fazer aniversário e ter essa chance de trocar o dígito sem ter matado ninguém ou me prostituído sem querer. Foi absolutamente tudo especial. Tudo. E tem tanto a ver com amor que eu me emociono severamente ao pensar nisso. Um dia só meu.

Eu fiquei muito feliz por ter conversado com a minha mãe e com a minha tia. Estou com muita saudade. E sei que elas estão também. O Victor me mandou uma mensagem que eu achei muito bonita. Além dos recados da minha irmã e do meu amigo Thiago. Do André, da Juliana, do José. Foi muito bom passar a tarde com o Bruno e com a Liliane e continuar o dia com a Monise. Nós fomos ver um filme e ela me deu um vinho de presente. Depois fomos a um bar e bebemos sem culpa. Ela viu minha casa de cabeça pra baixo - juro - não costuma ser assim. A minha vida também está bagunçada. Eu me perdi em alguns pontos, sinceramente. Não gosto de ter serviço para fazer em casa, eu acabo me atrasando demais.

Este ano não foi nada fácil. Tive poucas coisas para fazer. E mesmo assim não fiz. Faltou confiança. Faltou acreditar. Foi um ano fraco em termos de crescimento profissional, um recomeço pouco inspirador pra quem vinha de um ritmo forte de aprendizado. Apesar de que nos últimos dias acho que consegui inserir bastante qualidade nos meus trabalhos. E tenho me apresentado melhor também. Ainda falta ter uma função, pelo menos uma que eu realmente entenda. Mas... enquanto eu estiver aqui, eu tenho que fazer o melhor que posso, dentro daquilo que eu sei que sou capaz. Tenho que estudar mais e ser mais competente. Ainda falta postura profissional. Vivendo e aprendendo e desaprendendo.

O quanto eu sou capaz de amar? Sempre que penso que cheguei no limite, me aparece alguém. Quando falei com meu irmão e minha mãe, eu não me suportava. Tive que falar o mínimo para não morrer de amor aqui, sentado nesta cadeira. Depois falei com a minha tia, que não vejo faz um tempo, e foi a mesma coisa. Ela é uma pessoa que me ajuda muito. Pensei bastante na minha vó também e no quanto ela perdoa as pessoas. No tanto que ela já sofreu e mesmo assim é tão feliz.

E eu sempre esperei tanta justiça do mundo. E isso é uma bobagem. Essa foi a maior lição que eu recebi neste aniversário. Eu tenho que cultivar as pessoas que eu gosto e ser bom para elas. O resto é consequência. Todo mundo tem que trabalhar, dar seus pulos, se virar. Mas não é sempre que se pode contar com o amor maior do mundo, como eu posso.

domingo, 20 de novembro de 2011

Espera pelo segundo sol

Nessa última viagem eu encontrei com um senhor de 73 anos que iria visitar a avó. Meu Deus, 105 anos, se não me engano. E pude exercitar o bem - ajudei bastante uma pessoa. Como eu mudei. Sinto tanto prazer e dor em viver. Está sendo algo desgastante. Quero morrer em alguns momentos, não como um suicida, mas como um eletrodoméstico que simplesmente é desligado da tomada. 
Eu nasci na primavera. Nunca tinha pensado nisto. Talvez porque não sirva pra nada.
Preciso reler O Mundo de Sofia.
Preciso de um feedback.
Eu fracassei em um projeto.
Eu estou completamente atrasado.
Eu quero fugir.
Estou com muita saudade de tudo.


"Eu jamais vou te esquecer
 Eu sempre vou te amar,
 Mesmo algum tempo depois do futuro"
Lobão - Song for Sampa

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Intrínseco

Hoje eu me amei tanto que até me assustei. E no fundo não importa o que os outros pensam. Mesmo. E eu nunca tinha vivido esse clichê com tanta sinceridade. E toda essa comoção, que eu achava que fosse ódio, no fundo é amor na sua forma mais bruta.
"Que o fracasso me aniquile, eu quero a glória de cair".
Extravasei pelos poros. O que eu faço? Agora sou eu mesmo e não posso negar. Eu me coloquei à prova e, veja bem, eu não perdi. O que não é nenhum mérito. Parece que quanto mais eu aceito a minha imperfeição mais ela é exposta. A dose de permissão é sempre menor que a de exigência. E tenho que conviver com essa vertente do amor-próprio. Dar adeus à inocência.
Meu Deus, e se?
Se fosse diferente, como seria?
Seria a mesma coisa?
E depois de percorrer este caminho que me rasga e me seduz e me faz acreditar demais, aos trapos, eu vou achar a resposta? Porque dói demais essa incerteza. 
Viver é uma fatalidade.