quarta-feira, 25 de março de 2009

Lado de Dentro

Você e a sua mania de ser tudo.
Voz e guitarra.
Tom de alegria.
Taças de vinho.
Uma canção comum a nós dois.
E entre tantas coisas que há no mundo,
do tempo infinito eu resgato um segundo:
o vento no rosto, momento
que a gente viveu junto.
É tudo o que eu preciso saber.
Teletransporte pra perto de você.
E tenho esperado.
Aquilo que não me pertence
define a eternidade.


Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade
Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that i'm sad

- Marcelo Camelo -

segunda-feira, 23 de março de 2009

Estoy Aqui

Olá muchachos gostosos, como vocês estão?
Sintomas de saudade?
Pois eu os sinto!
A vida começou de novo.
Explico: aulas a todo vapor + sono + voltinhas no fds = falta de tempo pro blog.
Mas após receber o selinho de Plínio, não pude deixar de vir até aqui agradecê-lo!!!
Há uma série de regras para repassá-lo, mas como eu sou displicente, vou seguir só uma. Lá vai:

Regra nº4: Definir você, seu blog e qualquer outra pessoa ou coisa em apenas uma palavra;

O blog: Morno.
Eu: Caliente!

Risos Compulsivos. Apenas descontração. Novas definições:

O blog: solteiro.
Eu: também.

=)

terça-feira, 17 de março de 2009

Rarefeito - Final

Os olhos pensativos dela fez com que ele sentisse ciúme. Jurava que ela negaria de imediato a proposta.

- Você é tão fraco.

Falou isso porque era verdade.

- E você, o que é?

Não sabia mais o que fazer. Tentava transferir a culpa, ou algo parecido, para ela.

- Eu sou fiel, ao menos.

Estava sofrendo. Sabia disso porque sentia o sangue se alojar no coração. Era a resistência à fuga. Era o verdadeiro pulsar. Estava viva. Mas não desejava estar.

- Não importa, você não me ama. Eu traí você. Eu menti. Eu não te amo também. As coisas não mudam. Nós não somos inocentes.

O fim estava próximo e era preciso que ela falasse algo que o alimentasse, que fizesse brotar o ódio e a vontade de partir.

- Eu estou grávida.

A pronúncia das proparoxítonas fazia com que ela movesse o lábio no formato de um sorriso. Ele não viu a lágrima passear pelo rosto dela. Ele não via mais nada. Lágrima também é proparoxítona. Formato de sorriso.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Rarefeito - Começo

- E esse café com gosto de câncer? Colocou adoçante nessa porra?

Ao terminar de dizer essas palavras ásperas, o café desceu pelo ralo despedindo-se da superfície natural dos problemas daquele inexperiente casal.

- Eu não tive tempo de ir ao supermercado. E essa porra eu comprei com o meu dinheiro. Seu salário ainda está atrasado?

Soou com falsidade. O amor estava atrasado. O dinheiro ele gastava com outra. Ou outro. Singular. Plural.

- Essa chuva não pára. Eu tenho algum dinheiro no banco. Mas acho que devemos economizar.

Camuflou a resposta com a meteorologia. A chuva já havia parado.

- Quantos anos ela tem?

Ela esperava que ele fosse mudar novamente de assunto.

- Vinte e sete.

Ele sabia que era isso que ela não queria ouvir. Então falou. Estava rindo por dentro. Mas estava em pedaços também.

- É velha. Impossível ser bonita.

Sabia que estava sendo ignorante. Ela mesmo já tinha vinte e nove.

- É mesmo.

Não era. Ele disse isso apenas para deixá-la desconfortável por concordar com a sua estupidez.

- Como ela é? Tem o corpo bonito?

Não teve coragem de falar de sentimentos.

- Ela é carinhosa.

Ele falou com uma sensibilidade até então desconhecida. Para os dois.

- Ela tem coragem de... você sabe, eu sempre achei nojento...

Ficou com vergonha por ter perguntado, mas estava curiosa.

- Eu acho que ela é menos safada que você. Mas ela tem coragem.

Ficou desconsertado, parecia mentira tudo aquilo.

- Eu não tenho um amante. Acha que devemos nos separar agora?

Ela sabia que ele não a deixaria partir.

- Acho que você deveria procurar um cara também. Se você não confundir as coisas, pode ajudar muito a salvar o nosso casamento.

Os olhos pensativos dela fez com que ele sentisse ciúme. Jurava que ela negaria de imediato a proposta.

(...)

terça-feira, 10 de março de 2009

Masoca Total

- Mãe, olha só meu piercing novo!
- No mamilo, meu filho? Que perigo!
- Mas tá na moda mãe. O Bozo tem, a Fer também, a Su, a Lu, a Ana, a Ju, o Plínio, o Rô... todo mundo tem!
- Tira isso agora!! Nesse tempo de chuva, vai acabar puxando raio!
- Que nada mãe, já botei o mamilo na tomada e nem deu nada!
- Vem aqui Juninho! Vou arrancar isso agora de você!
- Não mãe... pára com isso, não puxa, tá doendo!! Pára, pára! ... Espera aí ... Vai! Puxa, não pára, vai!! Puxa mais forte!... Não pára, não pára, não pára não!

=D

Porque ser jovem é ser indecifrável.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Indefinido Desejado

O que eu queria mesmo era criar um segredo pra te deixar louca de vontade de me descobrir.
Pra que você só pensasse em mim.
Mas por hora, não há segredo.
Há desvios de olhar.
Palavras retocadas.
Intersecção de dúvidas.
E eu penso em te abraçar forte pra você me sentir melhor.
Fico com medo de machucar.
O abraço acaba sendo normal.
E o normal é tão ruim.
Deixa a gente meio assim.
Sei lá.
Falta a loucura de um menino e a experiência de um homem.
Eu sou metade.
Você, se também for metade, penso que a gente irá se completar.
Eu me faço sexy.
Romântico.
Divertido.
Inteligente.
Tudo pra você.
Mas parece que tudo no tempo errado.
A gente se interrompe nas conversas.
Eu penso em pedir pra que você continue,
mas nossas falas coexistem.
E se isso não for amor,
eu não sei o que fazer.
Se for,
eu também não sei.
E por tanta falta de definição,
isso só pode ser amor.
Então,
eu quero é nem saber.
Eu só quero amor.