sexta-feira, 5 de abril de 2013

baby they're tumbling down

Dias atrás percebi que, a partir de um determinado instante, eu passei a gostar menos de um amigo que eu julgava que fosse muito querido. O que tem de ser, quando me dou conta, já foi. E no primeiro momento eu quis que ele sofresse e se arrependesse. Mas toda sensação de perda é resultado da falsa ideia de posse, como já pregam os budistas. Então estou no exercício de perdoar. Mais uma vez. E sabe que estou gostando dessa dor louca e despropositada do perdão que substitui o ódio e o ressentimento que faziam plantão 24 horas na minha mente. Justo eu, que não sou bom  nem religioso.
Por outro lado, não sei se por resultado do gostar menos citado acima eu acabei me comovendo com uma série de coisas legais que estão acontecendo comigo. A generosidade de algumas pessoas ultrapassa. 

Ultrapassa.

Nesses últimos 5 dias eu tive que dormir em 5 lugares diferentes: 

casa dos meus pais; 
ônibus; 
pousada; 
casa de amigos; 
casa do meu avô.

Fiz várias atividades e me vi com uma capacidade de execução de tarefas que eu não sabia que tinha. Que cansaço! Mas tem sido um exercício de autoconhecimento muito bom. Eu acho que amadureci. E acho que amadurecer tem a ver com a capacidade de não-amar na hora marcada.

E morrer de amores nas horas vagas.

Hoje, voltando pra casa do vô, foi engraçado. Estava no ônibus com uma mochila muito pesada e duas sacolas cheias de roupas. Chegou uma hora em que a coisa ficou tão lotada que tive que pedir a duas pessoas que estavam sentadas para que segurassem as minhas tralhas porque eu estava bloqueando o corredor e impedindo que as pessoas se "organizassem" no ônibus. E fomos indo. Fui ajudado com muita simpatia e pela primeira vez eu conversei com as pessoas no ônibus por aqui. Aquela conversa de comadre.

Sabe que às vezes o mundo está louco para te conhecer e você acaba deixando pra lá. Hoje tive que, mesmo que momentaneamente, pôr fim a uma timidez constante e abrir o jogo com a galera do ônibus. Eu precisava de ajuda. 

Então eu pedi. 

Ninguém tem que adivinhar nada. O negócio é ficar sorrindo aqui, ser gentil ali e aos poucos a gente vai amando, não-amando e trilhando a nossa vida. Porque eu sou assim e quero conhecer pessoas assim. A minha missão, ainda que dure uma noite e meia, vai ser de transmitir ao mundo aquilo que eu quero receber dele.

P.S.: Gostaria de agradecer, ainda que em segredo, as minhas amigas Cynthia e Mariana pelo apoio que recebi nesses fatídicos 5 dias. Um beijo!