sábado, 28 de abril de 2012

337 - HC/TBG

A conversa do motorista com a cobradora estava tão boa que até me deu uma dó de descer do ônibus. Queria ouvir mais um pouquinho. É interessante saber que algumas pessoas do nosso cotidiano são inteligentes. Eles falavam sobre a criação dos filhos e o motorista desabafou: 

- Se fosse hoje, eu não ia ter mais filho não! Dá muito trabalho. Eu gosto muito de criança, mas dos outros.

Entre outras coisas, é claro. Achei de uma sinceridade tremenda, coisa que a gente não vê por aí. Ele tem 3 filhos, o mais novo ou, como ele disse, o "caçulinha" tem 19 anos, e é o único que ainda não se casou. A cobradora tem um filho de 14 anos e segundo ela filhos bem educados provêm de famílias bem educadas e tudo é uma questão de dar limites às crianças. O motorista disse que certo dia estava conversando com a cunhada um assunto interessante, um assunto importante, e o sobrinho dele começou:

- Ô mãe, ô mãe , ô mãe, ô mãe, ô mãe, ô mãe, ô mãe, ô mãe, ô mãe....

E disse que não gosta de judiar, mas deu vontade de dar uns tapas. E dá mesmo. Quem convive com criança sabe.

Por outro lado, hoje entraram no ônibus 3 jovens, talvez irmãos ou primos, e eles sentaram em bancos diferentes. Quer dizer, você prefere sentar sozinho ou com um desconhecido do que ir junto com um parente seu. Achei falta de amor ou, pelo menos, de cumplicidade.

Então eu me lembrei de tudo: da minha mãe e do tempo que ela passou aqui comigo e mesmo com o ônibus vazio a gente sempre sentava junto. E das vezes em que levei uns tapas. E das vezes em que não levei porque eu corri. E de como a solidão é algo opcional por parte de algumas pessoas. Como é difícil manter uma família. Quanto se tem que abrir mão. Quanto se perde. E como tudo acontece ao nosso redor!

E acho que a minha percepção de amor é algo que sempre se renova. É a única coisa que eu aprendo um pouco a cada dia. E a cobradora disse para o motorista:

- Agora que seus filhos cresceram, você pode descansar.

Pois é, espero que sim. Porque amar, criar, educar e ainda ser pai e motorista deve cansar demais mesmo. 

domingo, 22 de abril de 2012

A vida é curta demais para...

Eu tenho uma dificuldade muito grande em me perdoar. Acho que isso compromete um pouco a minha felicidade. Então, assistindo a uma série, eu vi uma terapia muito boa para saber que tudo valeu a pena: Feche os olhos e pense no momento da sua vida em que você foi mais feliz.

Então eu fiz.