quarta-feira, 19 de maio de 2010

Todo o amor que a gente deixa de dar

Já faz um tempo, eu vi uma senhora abraçada com a irmã ou com uma amiga, as duas quase da mesma idade e demorou um tempo pra eu perceber que quase não vejo isto na minha vida. A sensação que tenho às vezes é que velho não tem muito carinho por velho. Talvez seja a maturidade e a aquele sentimento de se conformar com as perdas sucessivas que vêm com o tempo. E de ser humilde diante de tudo isso. Mas a gente precisa ser assim? Onde foi parar todo o amor que a gente guardou? Por que por mais que o coração esteja aberto pra tudo, a gente sempre economiza um pouquinho pra uma hora especial. E o tempo passa e a gente se abraça cada vez menos. Eu vejo o exemplo de alguns casais de velhinhos que eu conheço, que quase não conversam, só resmungam um com o outro, mas que se amam loucamente. E tem até aquela história de que se um morre, pode comprar dois caixões, porque depois de pouco tempo o outro vai bater as botas também. Acho que uma parte desse louco amor vem daí: o velho quer que a velha viva pra sempre porque a morte dela implica diretamente na longevidade dele. E por menor que seja a aposentadoria, viver valhe a pena. Só que, claro, é muito mais do que isso. É o parceiro de uma vida. É a parte principal da sua história. É quem sempre esteve lá. E isso me faz me lembrar daquele texto banalizado intitulado "filtro solar" que diz algo mais ou menos assim: talvez você case, talvez não; talvez tenha filhos, talvez não. Eu particularmente espero que você tenha tudo. Mas caso você não tenha, eu espero que o seu amor seja transmito a quem estiver mais próximo. Se você não tiver um marido, você tem um pai, um irmão, um amigo, um vizinho, um animal de estimação. Eu desejo que você tenha amor para dar. E como diz aquela canção super brega que eu amo: perigo é ter você perto dos olhos mas longe do coração.

2 comentários:

Caco disse...

Antes de ler teu texto, tinha pensado em assistir "Filtro Solar", cê acredita? Vou caçar ele aqui.

Eu também acho que o a sociedade hoje tá muito fria. Precisa-se de mais abraços sinceros.

Domingo no Fantástico passou uma matéria que transmite bem isso que cê disse:

http://www.youtube.com/watch?v=HSou921odi8

SUSANA disse...

kkkkkkkkkk Também acho essa música brega e também adoro ouvi-la!!!