sábado, 19 de fevereiro de 2011

Informativo de última hora

Este é um texto comum sobre uma coisa comum. Então ele não tem a função de escandalizar você. É sobre a descrição de um sentimento. É o extremo sentir que há uma vaga dentro de você. Algo para a qual você abre inscrição e faz entrevistas. Mas no meio-termo nós temos os pequenos vazios, aqueles que sempre nos rondam e se deslocam de tal forma que um novo substitui um velho e isso vai moldando a silhueta da nossa alma. Eu me sinto tão perto de algo extremamente positivo para a minha carreira mas vejo que por algum motivo eu não alcanço. Obviamente eu não consigo identificá-lo. Sinto o mesmo com relação a outros aspectos da minha vida multifacetada e um tanto mística. Parece que falta um passo e quando vejo estou fazendo uma caminhada na direção contrária. É porque me perco um pouco, talvez pela falta de experiência e, em 84% dos casos, por burrice mesmo. Porque a gente às vezes é tão cego e tão mesquinha que nada do que é bom realmente nos parece ser em dados momentos. Eu sonhei tanto com alguma coisa tão mega-extraordinária para o meu futuro e, quando chegou a hora de realizá-la, eu descobri que eu sou humano e, por consequência, posso ser um fracasso. Não, não estou dizendo que este é um parecer final, um super-veredito. Nada disso. Falo de hipóteses. Porque a gente erra e falha todo dia e o nosso maior alvo é o próprio coração e, míopes por natureza, todos aqueles que estão ao nosso redor. Faço uma correção: às vezes erramos o alvo por querer, mesmo com óculos super novos. Seja por misericórdia ou egoísmo. Quem disse que o meu sofrimento é tão grande a ponto de sensibilizar outra pessoa que já tem os dela? Não existe régua para isso. Ouvimos dizer que, se soubéssemos o quanto fulano sofreu na vida, a gente veria que a nossa tem sido fácil. Não! A dele foi difícil e a minha também está sendo, mas de uma outra forma. Uma coisa não neutraliza a outra. Chega de se contentar com o sofrimento dos outros e continuar a viver aos trancos e barrancos. Não chega a ser um desabafo, porque confesso que não é algo tão pessoal. É apenas algo em que eu acredito.

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A minha vida é muito boa, obrigado e eu sofro muito pouco ou quase nada, grato novamente (por isso, não leia com dramaticidade o parágrafo acima, eu avisei que não era algo extremante pessoal, enfim... sinto muito por estes parênteses, mas é para o caso de você ter memória boa e se lembrar do que leu segundos atrás). Eu falo isso pelas pessoas do meu país. O salário mínimo vai aumentar 5 reais? Vão cortar impostos cujas siglas a gente nem sabe o que significam e o destino do fundo arrecadado quase todos desconhecem? Não é ignorância minha. Sou inteligente (apesar de que em 84% dos casos... enfim, acredito que você leu o parágrafo acima) e bem informado. Lembra daquele passo que disse estar faltando para a minha carreira? É talvez da mesma medida que falta para um jovem entrar na faculdade ou para outro sair do mundo das drogas e da prostituição. É o que falta para o sonho dos brasileiros, alguns com sonhos megafantásticos como eu. Quando olho para o meu país eu sinto algo que eu não sei dizer. É um sentimento comum, mas é indecifrável. Dizem que não importa o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país. Tudo bem. Ficamos então nesse chove-não-molha com cara de quem acredita que tudo está nos conformes.

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De malas prontas novamente. Mais uma casa, mais uma cidade, mais um passo (espero que para a direção certa!).

4 comentários:

Caco disse...

Cada um sabe o peso de sua cruz.

O outro pode sim servir de exemplo, talvez pra gente parar de reclamar tanto. Mas assim como o peso da cruz, cada um tem ciência de suas necessidades, do que precisa, urgente ou a longo prazo, para tentar encontrar a felicidade.

"Não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve."

Shakespeare

O Menino do lado__ disse...

Muito humano isso Thi!
Queria saber qual o caminho certo tbm.

Mas me diga, as malas tem qual destino?

SUSANA disse...

Boa sorte nessa nova vida. Deus o abençoe.
Beijoca.

Victor disse...

"Quando olho para o meu país eu sinto algo que eu não sei dizer. É um sentimento comum, mas é indecifrável. Dizem que não importa o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país. Tudo bem. Ficamos então nesse chove-não-molha com cara de quem acredita que tudo está nos conformes."

Uau.

Boa sorte, onde quer que você vá.