terça-feira, 2 de agosto de 2011

Apenas

Quem viaja muito de ônibus já sabe: os primeiros assentos são reservados para idosos. Então nas primeiras fileiras estavam 5 senhoras e eu - não sei ao certo, mas acho que eu era uma espécie de brinde.

E como a viagem é muito longa, pude pensar em tudo o que tenho que fazer. E acho que eu descobri que tenho que ser apenas... e não existe um complemento.
Porque se é isso que dói dizer, então eu digo: Não faço questão de... E também me falta o termo.
É que se por um lado não quero desistir, por outro, sinceramente, não me importo se eu perder.
E não é falta de confiança - é excesso.
E não é excesso de humildade - é falta.
Porque se eu pudesse, acho que eu seria o oposto de mim. Mas ser o oposto é fácil. Difícil é aturar a si próprio quando se conhece tão bem.
E não é falta de amor próprio - é excesso.
Porque eu me amo tanto que aprendi a aceitar tudo que em mim não presta. E não me cobro.
Então no fundo o meu maior defeito é que simplesmente... E não existe palavra que o defina.
Não deram nome a todas as coisas ainda.

E voltando ao ônibus que desembarcou nessa história, sempre que alguém descia e se despedia uma das senhoras falava:
Vai com Deus e Nossa Senhora.
Então eu fui.
Como alguém que deve apenas ir.
Não importa como, não importa aonde.

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