terça-feira, 17 de março de 2009

Rarefeito - Final

Os olhos pensativos dela fez com que ele sentisse ciúme. Jurava que ela negaria de imediato a proposta.

- Você é tão fraco.

Falou isso porque era verdade.

- E você, o que é?

Não sabia mais o que fazer. Tentava transferir a culpa, ou algo parecido, para ela.

- Eu sou fiel, ao menos.

Estava sofrendo. Sabia disso porque sentia o sangue se alojar no coração. Era a resistência à fuga. Era o verdadeiro pulsar. Estava viva. Mas não desejava estar.

- Não importa, você não me ama. Eu traí você. Eu menti. Eu não te amo também. As coisas não mudam. Nós não somos inocentes.

O fim estava próximo e era preciso que ela falasse algo que o alimentasse, que fizesse brotar o ódio e a vontade de partir.

- Eu estou grávida.

A pronúncia das proparoxítonas fazia com que ela movesse o lábio no formato de um sorriso. Ele não viu a lágrima passear pelo rosto dela. Ele não via mais nada. Lágrima também é proparoxítona. Formato de sorriso.

4 comentários:

SUSANA disse...

É por essas e outras que prefiro minha solidão estável =)

Zingador disse...

Meu querido, selinho pra ti lá no meu blog.
Abraço perfumado

Juliet disse...

que coisa trash!!Thi vc tah ficando muito bom nisso dhsaudhsaudas
Bjukas meu amigooo
bjuh bjuh
:P

Luiza da Rocha Guerra disse...

Nêgo,
aparecer por aqui e ler a forma que vc escreve me motiva a sair de vez desse silêncio literário no qual eu me encontrava.

Muito me encanta a leveza com que vc leva o que quer.

;)

(Voltei, postei lá. Não sei se a disposição é pra voltar de vez, mas algo me diz que tem tudo pra dar certo)
Beijos