quinta-feira, 13 de novembro de 2008

sete vírgulas, uma aposta, nenhum ponto

eu te desculpo por você estar longe
e pelas vezes em que você não sorriu
você pode perdoar a nossa saudade?
me perdoe, mas eu já vou indo
antes de você responder
queria muito te ouvir
mas quem tem tempo
hoje em dia?
sem tempo, sem hoje, sem dia
sem ouvir, sem falar, sem sentir
sem sentido, sem voz, sem grito
é o sussurro do desespero
de não saber viver
é o desconexo
que reflete
em tudo o que eu
escrevo
está no livro que eu
leio
o meu caminho
é o seu passeio
e justo na tarde em que
eu não estava em casa
você veio
o desencontro é um propósito
que diminui a dor
a dor é o medo
a dor de verdade
é um segredo
e os nossos segredos
e a nossa conta no banco
tudo vira um texto
o mais importante
é que tudo pode mudar
e o mais bonito
é que esse texto não
precisa ter um
ponto
final

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